Johnny, a Raposa encontra Jimmy, a Erva

Uma viagem inexplicavelmente convidativa

Hoje trago mais uma canção de uma banda que descubro mais a cada dia. Cada vez que escuto Thin Lizzy descubro-me um fã andarilho cada vez mais disposto a percorrer as viagens musicais desse grupo. E que viagem a cação de hoje traz, diga-se de passagem. Faz parte do disco "Johnny the Fox", de 1976. Segue a letra:




Johnny the Fox Meets Jimmy The Weed
(Lynot)

Johnny the Fox he called to Jimmy the Weed
He said "Hey man, I know your name"
I seen you cruising with the low riders
Hanging out down on First street and Main

Tuned into and listen to the Hoodoo Rhythm Devils
Around the Bay
They've got some crazy DJs
Send you right out to heaven

Jimmy the Weed for greed was taken aback
Johnny the Fox you old sly cat
Cleverly the Fox concealed his stash
Crisp dollar bills leave no tracks

In the back of a black cadillac
The voodoo music travels
Down Skid Row only black men can go
The shady deal unravels

Johnny the Fox, hot to hustle
Jimmy the Weed won't use no muscle
that cat's so sly, slick and subtle
Johnny the Fox breaks out the bottle

Tuned into and listening to
The voodoo music travels
The beating drum for the lonely one
Sends you right out to heaven

Vamos à andança...

Quando conheci Thin Lizzy ano passado, não esperaria jamais me apaixonar à primeira-escutada. O efeito ocorreu com seu disco "Jailbrak", cujo qual merece estar na prateleira de qualquer fã de clássicos do rock. Quando meu amigo Alan me indicou o álbum "Johnny the Fox" - que veio na sequência do "Jailbreak", no mesmo ano de 1976 - eu, dessa vez, esperava convicto me apaixonar novamente, tão grande foi meu apreço pelo trabalho anterior. Porém, dessa vez o efeito não ocorreu. Não achei "Johnny the Fox" tão poderoso quanto seu predecessor, porém me apaixonei fervorosamente pela canção que originou o título do disco. Johnny the Fox meets Jimmy the Weed é tão absurda quanto seu título sugere. Porém, não absurda no sentido nonsense, presente em sua letra, por exemplo. O mérito maior aqui é a instrumentação que cria um balanço indescritivelmente bom. Isso sim completamente absurdo. O baixo de Phill Lynot é quem dá as cartas aqui. Ele monta uma base funkeada que apresenta um riff de guitarra excelente. O riff e as viagens guitarrísticas são fenomenais, de início ao fim da obra, porém nunca sobrepujando o baixo que marca presença e balanço firmes. Lynot também destaca-se sempre pelo jeito maroto de cantar. Ele inicia com um empolgado "Johnny the Fox!" que vai ecoar por muito tempo na cabeça dos ouvintes. Em meio ao ritmo ótimo, também destacado pela bateria de Brian Downey, Lynot descreve esse encontro inusitado entre Johnny, a raposa e Jimmy, a erva. A história maluca (que merece mais ser sentida do que lida), envolve cadillacs pretos, DJs loucos e até mesmo a famosa e temida rua Skid Row. Gosto particularmente quando ele recita, acompanhado de perto do baixo: "A música voodoo viajando. A batida na bateria para o solitário, te manda direto para o paraíso". Obviamente o trecho é uma alusão à própria obra que faz nós, os ouvintes viajarem e nos dá uma inexplicável e prazerosa visão do paraíso ;)

Nunca ouviu?

Escolha entre a erva ou a raposa e dê o play. Escute:

Comentários

Renato disse…
Muito boa
Alan Borges disse…
Chama os brother e as gatas pra andar num cadlac lowrider e põe essa música pra tocar!