Tráfego na cidade

Ou melhor, tráfego na guitarra do Mestre

Quem trás o rock an roll para nós hoje é ninguém menos que a Lenda Jimi Hendrix. Estou ouvindo seu som consecutivas vezes há muitos dias, mas foi lendo um livro sobre outra lenda que acabei viajando ainda mais na música desse cara. Descubra mais lendo abaixo. Essa é do famoso disco "Electric Ladyland" de 1968. Segue a letra:




Crosstown Traffic
(Hendrix)

You jump in front of my car when you
You know all the time that
Ninety miles an hour, girl, is the speed I drive
You tell me it's alright, you don't mind a little pain
You say you just want me to take you for a ride

You're just like (Crosstown traffic)
So hard to get through to you (Crosstown traffic)
I don't need to run over you (Crosstown traffic)
All you do is slow me down
And I'm tryin' to get on the other side of town

I'm not the only soul who's accused of hit and run
Tire tracks all across your back
I can see you had your fun
But darlin' can't you see my signals turn from green to red
And with you I can see a traffic jam straight up ahead

You're just like (Crosstown traffic)
So hard to get through to you (Crosstown traffic)
I don't need to run over you (Crosstown traffic)
All you do is slow me down
And I got better things on the other side of town

Yeah, yeah
Crosstown traffic
Look out
Look out, baby
Crosstown traffic
Yeah
Crosstown traffic

Vamos à andança...

Na autobriografia do mestre Eric Clapton - livro recomendadíssimo, é claro - um dos momentos mais marcantes sem dúvida é o primeiro encontro entre os guitarristas Clapton e Jimi Hendrix. Na ocasião, Eric traduz o misto da sensação de admiração e inveja ao ver Hendrix tocar dizendo que pela primeira vez na vida sentiu um pouco de insegurança, pois até então eram todos desconhecidos, mas ali estava alguém que com toda certeza seria um grande astro. Primeiro, paremos pra pensar em quem disse isso. Eric Clapton, ok. Ele ficou famoso como guitarrista e não como vidente, mas acertou em cheio quando observou Hendrix. Os dois se tornaram bons amigos, vale a pena lembrar, dando um pouco de desconto à dita "insegurança". Mas ver Hendrix tocar devia ser mesmo uma experiência inenarrável. O cara fazia o que queria com uma guitarra, destruia e construia ela quantas vezes quisesse, solava de todas as formas e criava riffs absurdos. Essa canção, por exemplo, trás meu riff preferido de Jimi. Ele abre a música com um balanço agradável sonorizado como uma vocalização. O estilo de Hendrix cantar, se não dá arrepios, ao menos é excepcionalmente bom, lembrando muito a forma falada de John Lee Hooker, um dos grandiosos do blues. O balanço empolga de ponta a ponta e o refrão não deixa por menos, com os backing vocals sessentistas perfeitos de Mitch Mitchell e Noel Redding, que merecem destaque também na bateria e baixo, respectivamente. A bateria que abre a canção junto com o riff é de fazer o sangue subir pra cabeça, não recomendada para hipertensos. Uma canção rápida, enérgica e fenomenal, como tudo que envolve o nome Jimi Hendrix ;)

Nunca ouviu?

Dessa vez você não ficará parado no trânsito. Escute:

Comentários