Você sente o que eu sinto?

Ouvi essa música do Peter Frampton pela primeira vez na Kiss FM quando estava no carro com dois amigos. Estávamos presos no trânsito por umas duas horas e, durante os 14 minutos dessa canção, ficamos em silêncio, boquiabertos, sem reação. Só saímos do estado de choque depois que ela acabou, seguida pelos aplausos da platéia presente no dia da gravação daquela obra prima. É do disco ao vivo "Frampton Comes Alive", de 1976. Segue a letra:





Do You Feel Like I Do?
(Frampton)

Woke up this morning with a wine glass in my hand
Whose wine, what wine, where the hell did I dine?
Must have been a dream I don't believe where I've been
Come on. Let's do it again?

Do you, you feel like I do?
Do you, you feel like I do?

My friend got busted just the other day
They said don't walk, don't walk, don't walk away
He drove into a taxi bent the boot hit the back
Had to play some music otherwise he'd crack

Do you, you feel like I do?
Do you, you feel like I do?

Do you, you feel like I do?
Do you, you feel like I do?

Champagne for breakfast and a sherman in my hand
bitch top, bitch tails - never fails
Must have been a dream I don't believe where I've been
Come on. You wanna do it again?

Do you, you feel like I do?
Do you, you feel like I do?

Vamos à andança...

Não sou dos maiores fãs de gravações ao vivo. A qualidade muitas vezes não é das melhores, a platéia muitas vezes abafa a voz do vocalista e, pior ainda, quando este decide não cantar e deixar a letra à cargo do pessoal. Mas uma vez um amigo de opinião contrária à minha disse que preferia esse tipo de gravação pois gostava de sentir a emoção do público ali presente. O argumento dele é extremamente válido, e é um dos motivos que me faz adorar essa versão de Do You Feel Like I Do. Primeiro que a qualidade da gravação - assim como do álbum inteiro - é excelente. E segundo é que a reação do público à cada viajada na guitarra de Frampton nessa instrumentação delirante de uns 5 minutos é incrível. Eles vibram e se encantam como os mais sinceros fãs. Destaque quando Frampton começa à utilziar o Talk Box - sensacional. Mas o momento de maior emoção é quando ele diz, em meio à distorção da guitarra um elétrico "Do you feel like I do-oo?". A galera vai à loucura, como eu iria caso estivesse ali vendo aquele mestre. Além da maestria de Peter, outro destaque na instrumentação é o baixista Alan Spenner mandando ver na base excelente. Esse "meio tempo" em que a banda brinca à vontade permeada pelos acordes de Frampton é indescritível, uma viagem absurda sensacional. Ela termina com uma elevação intrumental onde o teclado vai preparando a virada e traz mais um solo de Peter Frampton. Não... Na verdade não é mais um solo. É o solo. Um dos mais inspiradores solos que já ouvi na vida, quase que empatado com Alive, do Pearl Jam e que encerra essa obra de arte com chave de ouro. Garanto que todos ali presentes nunca mais se sentiram iguais de novo ;)

Nunca ouviu?

Agora você se sentira igual eu. Escute:

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